sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

A voz da Verdade x As outras vozes





O despertador tocou e mal pude acreditar: “Mas já?!”, pensei atordoada sentindo a nuca latejar enquanto tateava o criado-mudo procurando o meu celular para desligar o alarme. Eram 06h10 da manhã e minha cabeça doía. Virei-me na cama e esperei minha visão se adaptar com a pouca claridade que entrava por debaixo da porta e pelas frestas da janela, “como pode já estar tão claro no horário de verão?”, questionei.

Tudo pareceu fora de ordem. Deveria acordar sentindo-me renovada após uma boa noite de sono. Bem melhor do que tenho tido recentemente. Minha mente começou a despertar. Alguém entrou no meu quarto ainda de madrugada... lembrei que foi minha cunhada avisando-me que deixaria a porta aberta, caso as crianças acordassem, pois meu irmão a levaria para o trabalho. Não me lembro do que respondi, estava tonta de sono (e, como não foi a primeira vez acredito que ela já está acostumada com meu estado “zumbi” nessas horas - hehe).

Logo depois lembrei que sonhei essa noite. Raramente me lembro do que sonho. E então não foi apenas a minha cabeça a única a doer. Minha alma doeu, meu coração começou a bater agitado. O meu receio estava ali, tão próximo que pude senti-lo. Sonhei com meu medo, com meu fracasso, com meu motivo de tristeza, com meu pecado. E, de alguma forma, se eu ou o inimigo não sei, mas meus primeiros minutos da manhã foram de acusação, de recriminação, de derrota. Os minutos seguintes foram vazios, automáticos, sem perceber dei lugar à tristeza, à culpa, ao lamento.

Você já ouviu aquela música do Casting Crowns chamada Voice of Truth? Hoje precisei lembrar-me dessa canção. Ela conta a história de alguém que precisa ouvir a “Voz da verdade” e acreditar nela e não dar ouvidos às ondas que causam medo quando se é chamado para andar sobre as águas ou enfrentar um gigante. A escolha é entre ouvir as vozes que te dizem que você nunca vai vencer, ou ouvir a voz de Deus dizendo para confiar nele. Não é essa a minha e a sua história de vez em quando?

Uns quarenta minutos após eu acordar, comecei o meu devocional, li uns textos, meditei por um instante na Palavra, mas o que me deu alívio mesmo foi encarar que sim, provavelmente o sonho tenha sido reflexo de que ainda há lutas internas sendo travadas em mim, ainda há renúncias por fazer, sentimentos a serem superados.
Porém, não posso desistir porque ainda não cheguei lá, afinal, tenho esperança em Deus de que, ainda que nada mude, não será assim para sempre. E compartilhei ao longo do dia, tudo isso com meu Criador.

Shakespeare disse: “Não posso escolher como me sinto, mas posso escolher o que fazer a respeito”.

Como costumamos dizer: bola pra frente! Se fantasmas me assombrarem, colocarei minha fé no Deus que é mais poderoso que meus receios e nele vou depositar minha esperança. E, em tudo isso, o que me espanta de verdade é sua graça, amor e misericórdia.

“Irmãos, quanto a mim, não jugo que o haja alcançado;
mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que para
trás ficam e avançando para as que estão diante de mim,
prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação em Cristo Jesus”

(Filipenses 3:13-14)



Ele tem me cativado a cada dia. Na minha fraqueza, seu amor tem me aperfeiçoado.

Prossigo, dando ouvidos à voz dELE, 

Um abraço,

Andréa
 
 
(extraido do blog do caração da tia Sara "Meninas do Reino") 
Beijo da tia Sara